Febre maculosa no litoral norte de SP
03/11/2025 20:34:01
03/11/2025 22:16:37

Laurent Hesemans / biodiversity4allO carrapato-estrela, transmissor de Rickettsia parkeriLaurent Hesemans / biodiversity4all
Em julho de 2023, ao caminhar em área de mata próxima a Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo, um homem de 37 anos e seu cão foram picados por carrapatos-estrela (Amblyomma ovale) infectados pela bactéria Rickettsia parkeri. Seis dias depois, o homem desenvolveu sintomas gripais e uma lesão vermelha no tornozelo, onde havia sido picado. A lesão evoluiu nos dias seguintes. Na primeira consulta em uma unidade de saúde, recebeu apenas a recomendação de uso de um anti-inflamatório. Quase um mês depois, sem melhora, voltou e recebeu outra medicação, também sem resultados. Somente na terceira visita, exames laboratoriais revelaram alterações compatíveis com infecção por Rickettsia, porém sem diagnóstico para a doença. O tratamento com um antibiótico eliminou os sintomas. O episódio foi registrado como o primeiro caso confirmado por métodos moleculares de febre maculosa causada por R. parkeri no litoral paulista, confirmado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP). Foi também o sexto registro da doença no país. O cão exposto aos mesmos carrapatos permaneceu assintomático e não precisou de tratamento (Zoonotic Diseases, 15 de setembro).
Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.